A política de repressão aos camelôs no Rio de Janeiro pelo governo de Eduardo Paes, emblematicamente em Copacabana, traz agressões como as sofridas em 20/05 pelo vendedor de milho, Edson Camilo de Souza morador no morro Tabajaras, que foi atropelado pela viatura da Guarda Municipal/SEOP e em seguida esse camelô que procurava fugir da perseguição foi agredido com pauladas e choques elétricos. Essa agressão à vida e à dignidade das pessoas atinge o governo Lula também, tendo em vista que o partido do presidente compõe a aliança que governa a cidade.
Nós do MUCA – Movimento Unido dos Camelôs que apoiamos a política em defesa aos direitos humanos temos dificuldade em explicar essa situação, quando muitos trabalhadores informais associam essa prática agressiva no município do Rio ao novo governo no planalto central.
Essa semana Maria dos Camelôs esteve em reunião com o Ministro Márcio Macêdo da Secretaria da Presidência da República e com o Ministro Silvio de Almeida do Ministério dos Direitos Humanos agendada com o movimento dos Trabalhadores Sem Direitos com a pauta de reivindicações das pessoas que vivem do trabalho informal, ela também pode denunciar as agressões sofridas pelos camelôs.
A discriminação e o racismo estão presentes nessa atitude de espancar os trabalhadores nas ruas da cidade como vimos no caso do entregador Renato, que foi agredido pela Guarda Municipal no dia 13/05 na Tijuca. Pedimos ao governo Eduardo Paes que atenda nossas reivindicações e deve começar pelo fim das agressões da SEOP e da Guarda Municipal, além disso receba o MUCA para discutir nossa pauta divulgada no 1º de maio:
• Concessão ampla de autorizações de trabalho – TUAPs, de forma justa, respeitando critérios de antiguidade e do cadastramento, inclusive com uma fiscalização efetiva que impeça aluguéis e venda de autorizações clandestinas;
• Regularização de depósitos de mercadorias e equipamentos com orientação e facilitação para que os próprios camelôs possam administrar através de cooperativas, de entidades sem fins lucrativos ou diretamente pelo município;
• Parar com o estouro de depósitos pelo poder público municipal, o que causa diversos prejuízos para pessoas que já têm uma situação precária;
• Planejamento e apoio efetivo para constituição de Centros de Referência dos Trabalhadores Informais e
• Transferência da administração das autorizações, dos assentamentos do comércio ambulante e das negociações com as entidades dos profissionais do trabalho informal, da SEOP para Secretaria de Trabalho.
Aguardamos uma atitude democrática do prefeito, para que ele supere essa triste política violenta e racista que atinge as pessoas que precisam levar o seu sustento e de suas famílias para suas casas. Essa política prejudica a imagem do governo federal. Quem propõe restabelecer a democracia e combater a miséria, não pode permitir o espancamento de trabalhadores por guardas municipais nas ruas de nossa cidade.
#CamelôéTrabalhador
#GuardaArmadaNão
#AutorizaçõesJá
Agentes da Prefeitura do Rio são flagrados agredindo ambulante em Copacabana Excelente matéria no Jornal O Dia em 23/05/2023 da Rachel Siston rachel.dias@odia.com.br